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Museu Casa de Cora Coralina

Ana Lins dos Guimarães Peixoto Bretas, a Cora Coralina, nasceu na Cidade de Goiás no dia 20 de agosto de 1889, em uma casa às margens do Rio Assunção, construída em meados do século XVIII, uma das primeiras edificações da antiga Villa Boa de Goyas.
Ainda adolescente, começou a escrever poemas e contos, chegando a publicá-los em 1908 no jornal “A Rosa”, dirigido por ela, Leodegária de Jesus, Rosa Godinho e Alice Santana. Em 1910 publicou o conto “Tragédia na Roça” no Anuário Histórico e Geográfico do Estado de Goiás, usando pela primeira vez o pseudônimo Cora Coralina, que segundo a escritora significava “Coração Vermelho”. Nascia assim uma das maiores poetisas da literatura brasileira.
Ao completar 50 anos, a poetisa relata ter passado por uma profunda transformação interior, que definiria como “a perda do medo”, quando deixou de atender pelo nome de batismo e assumiu o pseudônimo escolhido muitos anos antes. Aprende datilografia aos 70 anos, para preparar suas poesias e entregá-las aos editores e aos 75 anos de idade Cora Coralina finalmente consegue realizar o sonho de publicar o seu primeiro livro. “O Poema dos Becos de Goiás e Estórias Mais” foi reconhecido como uma obra prima da literatura em tons típicos do interior brasileiro.

A antiga casa da ponte, que abriga o Museu Casa de Cora Coralina.
A antiga casa da ponte, que abriga o Museu Casa de Cora Coralina.
A cozinha aonde a poetisa fazia seus doces; vista da sala e da cadeira utilizada por Cora Coralina; o quarto da escritora, com a simplicidade típica de Cora.
A cozinha aonde a poetisa fazia seus doces; vista da sala e da cadeira utilizada por Cora Coralina; o quarto da escritora, com a simplicidade típica de Cora.

Nos últimos anos de sua vida, seu trabalho obteve o devido reconhecimento e Cora Coralina foi convidada para participar de conferências sobre suas obras e inspirações.
Cora Coralina foi homenageada com o título de Doutor Honoris Causa da UFG e também foi homenageada com o “Prêmio Juca Pato” da União Brasileira dos Escritores, a primeira mulher escritora a ganhar esse prêmio, como intelectual do ano de 1983, com o livro “Vintém de Cobre: Meias Confissões de Aninha”. Faleceu em Goiânia no dia 10 de abril de 1985.
Após a morte de Cora, parentes e amigos criaram a Associação Casa de Cora Coralina, em 1985, mantenedora do Museu Casa de Cora Coralina, que foi inaugurado no dia 20 de agosto de 1989, data comemorativa dos 100 anos de nascimento da poetisa.

Cora Coralina em frente a bica do porão de sua casa. A água, deliciosa, corre até hoje.
Cora Coralina em frente a bica do porão de sua casa. A água, deliciosa, disponível até hoje aos visitantes.

Também conhecida como Casa Velha da Ponte, a construção edificada em meados do século XVIII para uso do recolhimento do Quinto Real na região, pertenceu ao desembargador Francisco Lins dos Guimarães Peixoto, pai da poetisa. A construção apresenta a típica arquitetura colonial brasileira, com paredes de pau a pique e adobe.
A visita ao museu começa na cozinha, onde estão os tachos de cobre que Cora usava para fazer doces. O quarto da poetisa está como ela deixou, com vestidos e móveis originais. Livros, fotos, cartas, máquina de escrever e até a bengala utilizada nos últimos anos estão expostos. Totens reproduzem videos em que ela aparece declamando seus poemas. Durante a visita se conhece mais também sobre as pessoas que fizeram parte da vida da escritora, como Maria Grampinho, andarilha que perambulava pela cidade carregando sua trouxinha, a quem Cora dedicou um poema, e que morava no porão da casa, que dispõe de uma antiga bica de água potável e é ligado aos jardins do fundo da casa.
O acervo do Museu Casa de Cora Coralina conserva a memória, imagens e discursos preservados para lembrar e promover a nossa poetisa. É um passeio obrigatório e emocionante para os visitantes da Cidade de Goiás, que conhecem uma belíssima história de vida e importante herança cultural da nossa literatura. O espaço também conta com o Cora Café, um aconchegante local para você relaxar, tomar um delicioso café acompanhado de salgados e docinhos e apreciar o lindo jardim de Cora Coralina. O Cora Café abre de quinta a sábado das 13h00 às 19h00 e aos feriados das 13h00 às 20h00, com acesso também pelo Beco da Vila Rica.

Museu Casa de Cora Coralina
R. Dom Cândido, 20 – Centro
Fone: 62 3371-1990
www.museucoracoralina.com.br
Horários: 3º a sábado das 9h00 as 16h45 – Domingos e feriados das 9h00 as 13h00 – 2ª fechado
Ingressos: R$ 10,00 preço único. Visitas monitoradas devem ser agendadas por telefone ou email (museucoracoralina@gmail.com).

*Informações atualizadas, porém podem sofrer alterações sem aviso prévio.