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Museu de Arte Sacra da Boa Morte

A Igreja de Nossa Senhora da Boa Morte é a principal representação da arquitetura barroca do estado de Goiás. Erguida no local onde havia a casa do descobridor de Goiás, pertencente à Confraria dos Homens Pardos da Boa Morte, sua construção foi finalizada em 1779. Suas paredes são em taipa de pilão, telhado em telhas de barro canal, nave oitavada e o frontispício decorado com volutas e elementos florais. Seu sino, em bronze fundido na própria cidade em 1785, localiza-se em uma antiga estrutura de madeira na parte externa da igreja. A tradicional procissão do Fogaréu, que ocorre todos os anos na madrugada da quinta-feira santa, se inicia em frente a Igreja da Boa Morte.
Um incêndio em 1921 destruiu o altar, a sacristia e várias imagens do escultor José Joaquim da Veiga Valle (1806-1874), considerado o “Aleijadinho goiano”.

Fachada da Igreja de Nossa Senhora da Boa Morte que abriga o museu de Arte Sacra.
Fachada da Igreja de Nossa Senhora da Boa Morte que abriga o museu de Arte Sacra.
José Joaquim da Veiga Valle

Em 1957 o bispo de Goiás, D. Cândido Bento Maria Penso, foi informado que um antiquário estava hospedado na cidade e adquirindo diversas imagens sacras das famílias locais. Para que esse patrimônio não deixasse a cidade, D. Cândido comprou do antiquário novamente essas peças e teve a ideia de transformar uma sala da Cúria Diocesana em um local para abrigar e preservar esse patrimônio artístico e cultural da região. Sob a orientação do bispo o acervo foi sendo aumentado com peças recolhidas das igrejas do interior e, em 4 de outubro de 1969, foi inaugurado o Museu de Arte Arte Sacra da Boa Morte.
O museu conta com aproximadamente mil peças entre pratarias, mobiliário, imaginária, indumentárias, castiçais, tocheiros, retábulos, gravuras e pinturas. São peças dos séculos XVIII e XIX, de origem portuguesa e brasileira, com destaque para as delicadas imagens de Veiga Valle, um dos maiores nomes brasileiros em esculturas sacras, considerado o “Aleijadinho goiano”. Um dos principais diferenciais do Museu de Arte Sacra da Boa Morte é justamente essa coleção de Veiga Valle, a maior desse grande artista goiano, com suas imagens em proporções perfeitas, delicados entalhes e pinturas. Sua formação artística é pouco conhecida, provavelmente autodidata. Veiga Valle exerceu vários cargos públicos e em 1841 casou-se com Joaquina Porfiria Jardim, filha do então governador. Trabalhou na douração dos altares da igreja matriz e depois com a escultura de imagens sacras, atendendo a igrejas e irmandades de Goiás. Sua obra começou a ser estudada e catalogada a partir da década de 1940, quando são feitas exposições, como a do Museu de Arte de São Paulo. Pela época em que viveu, suas esculturas deveriam apresentar estilo neoclássico, o que não aconteceu provavelmente pelo isolamento da província de Goiás naquela época, fazendo com que o barroco perdurasse por bastante tempo.
O museu é reconhecido pela Unesco como patrimônio histórico e cultural mundial por sua arquitetura barroca e tradições culturais.

Escultura de Nossa Senhora do Rosário, em destaque entre as obras de Veiga Valle; vista da nave da igreja aonde está a maior parte das obras do artista; detalhe de São Miguel Arcanjo.

Museu de Arte Sacra da Boa Morte
R. Luiz do Couto, s/nº – Centro
Fone: 62 3371-1207
Horários: 3º a 6ª das 9h00 as 17h00 – Sábados das 9h00 as 12h00 e das 13h30 as 17h00 – Domingos das 9h00 as 13h00 – 2ª fechado
Ingressos: R$ 4,00 inteira – R$ 2,00 meia (professores, estudantes e pessoas acima de 60 anos) – preços especiais para grupos acima de 15 pessoas.

Acesse o link mais Informações sobre o Museu da Boa Morte

*Informações atualizadas, porém podem sofrer alterações sem aviso prévio.